Como um verdadeiro gênio, Salvador Dalí iniciou seu caminho para a fama ao ser expulso da Academia de Belas Artes onde estudava, a San Fernando de Madrid, em 1926. A expulsão ocorreu pouco antes de seus exames finais, quando afirmou que não havia ninguém na faculdade competente o bastante para examiná-lo. Ainda que megalomaníaco, Dalí provavelmente estava correto.
Durante seus anos na Academia de San Fernando, foram suas pinturas cubistas experimentais que mais chamaram a atenção dos colegas. Nessa época, Dalí não entendia completamente o movimento cubista, e dedicava-se a explorar diversas abordagens artísticas.
Na residência de estudantes da Academia, Dalí veio a se tornar amigo íntimo dos também célebres Pepin Bello, Luis Buñuel e Federico Garcia Lorca. Desde essa época, Dalí já chamava atenção como um dândi excêntrico. Usava cabelo comprido e costeletas, e seu traje — casaco, meias e calça até os joelhos — imitava o estilo dos estetas ingleses do final do século XIX. Já seu bigode extravagante parece ter sido copiado de Diego Velázquez, pintor espanhol do século XVII, tornando-se sua marca registrada pelo resto da vida.
Em sua primeira visita a Paris, em 1926, teve a chance de encontrar-se com Pablo Picasso, a quem reverenciava. À medida que desenvolvia seu estilo próprio, nos anos seguintes, Você também pode gostar: Paisagens e Lugares Fantásticos: Viajando pelo Universo através de Ilustrações Dalí foi fortemente influenciado por Picasso, bem como por Joan Miró e pelo dadaísta Max Ernst. Há ainda muitos outros estilos de arte presentes em suas obras, desde os clássicos até os das vanguardas.
Dalí só se envolveu com o movimento surrealista no final da década de 1920. Tendo partido das provocações de Sigmund Freud sobre o inconsciente, o surrealismo se interessa pela fragmentação da mente (ego, id, superego), pela transcendência da consciência comum. Assim, não é difícil entender a relação entre o movimento surrealista e a excentricidade estilisticamente insana de Dalí.
Disse Dalí em certa ocasião:
A única diferença entre eu e um louco é que eu não sou louco.
A sanidade parece não ter durado, entretanto. Em outra ocasião, explicou:
Existe apenas uma diferença entre um louco e eu. O louco pensa que é são. Eu sei que estou louco.
Vamos às suas loucuras: