O Mito de Osíris e Isis - Mitologia Egípcia | Fantástica Cultural

Artigo O Mito de Osíris e Isis - Mitologia Egípcia

O Mito de Osíris e Isis - Mitologia Egípcia

Redação ⋅ 14 mar. 2022
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Uma história multimilenar dos deuses do Egito Antigo.

Osíris e Isis
Osíris e Isis

Osíris e Isis certa vez foram induzidos a descer sobre a terra, a fim de espalhar dádivas e bênçãos sobre os seus habitantes. Isis ensinou-lhes, primeiro, o uso do trigo e da cevada, e Osíris fez os instrumentos de agricultura e ensinou aos homens como usá-los, assim como atrelar o boi ao arado.

Depois, deu leis aos homens, a instituição do casamento, uma organização civil, e explicou-lhes como deviam adorar os deuses.

Osíris
Osíris

Tendo, assim, feito do vale do Nilo uma região feliz, reuniu uma multidão, com a qual foi distribuir suas bênçãos ao resto do mundo. Conquistou nações por toda a parte, mas não com armas, apenas com música e eloquência. Seu irmão, Tifão, viu aquilo, e encheu-se de inveja e malícia, procurando, durante sua ausência, usurpar-lhe o trono. Isis, porém, que mantinha as rédeas do governo em suas mãos, frustrou-lhe os planos.

Ainda mais amargurado ele resolveu matar o irmão, o que fez da seguinte maneira:

Tendo organizado uma conspiração de setenta e dois membros, foi com eles à festa que estava sendo celebrada para comemorar a volta do rei. Fez com que uma caixa, ou cofre, fosse trazido para ali — e ele o tinha mandado fazer exatamente do tamanho de Osíris — declarando que daria aquele cofre de madeira preciosa, fosse a quem fosse, que coubesse perfeitamente nele.

Todos os presentes tentaram em vão, mas assim que Osíris entrou no cofre, Tifão e seus companheiros fecharam-lhe a tampa e atiraram-no ao Nilo.

Isis
Isis

Quando Isis soube do assassinato cruel chorou e lamentou-se, e, com os cabelos cortados, vestida de preto e batendo no próprio peito, procurou diligentemente o corpo do marido.

Naquela procura foi materialmente assistida por Anúbis, o filho de Osíris e Neftis. Durante algum tempo procuraram sem sucesso, porque quando o cofre, levado pelas vagas para as margens de Biblos, ficou encravado nos caniços que cresciam à beira da água, o divino poder que resistia no corpo de Osíris comunicou tal força à moita, que ela cresceu como árvore poderosa, encerrando em seu tronco o ataúde do deus.

Aquela árvore, com seu sagrado depósito, foi logo depois cortada e levantada, como coluna, no palácio do Rei da Fenícia. Com auxílio de Anúbis e das aves sagradas, Isis teve, por fim, conhecimento daqueles fatos, e foi para a cidade real. Ali, ofereceu-se no palácio, como serva. Sendo admitida, libertou-se de seu disfarce e apareceu como deusa, cercada de trovões e relâmpagos.

Isis
Isis

Batendo na coluna com a mão, fendeu-a pelo meio, e encontrou o ataúde sagrado. Apoderou-se dele, e voltou, escondendo-o na profundeza de uma floresta. Tifão, porém, descobriu o fato, e, cortando o corpo em catorze pedaços, espalhou-os para todos os lados. Depois de exaustiva busca, Isis encontrou treze desses pedaços, pois os peixes do Nilo haviam comido o décimo quarto.

Aquele pedaço ela o substituiu por uma imitação, feita de madeira de sicômoro, e enterrou o corpo em Filoe, que daí por diante tornou-se o grande local de enterramentos da nação, e o ponto de peregrinações, que vêm de todos os recantos do país. Um templo de inimitável beleza foi ali erguido em honra do deus, e em cada um dos lugares onde tons membros tinham sido encontrados, templos menores levantaram-se, para comemorar o acontecimento.


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Osíris tornou-se, depois disso, a deidade tutelar dos egípcios. Dizem que sua alma foi habitar o corpo do touro Ápis, transferindo-se, por ocasião da morte do animal, para o corpo daquele que o sucedesse.

Ápis, o touro de Mênfis, era adorado com a maior reverência pelos egípcios. O exemplar, que deveria ser Ápis, luzia-se reconhecível através de certos sinais. Precisava ser liem preto, com um quadrado branco na fronte, e outro, cm forma de águia, nas costas. Sob a língua devia mostrar uma excrescência carnosa, na forma de um escaravelho.

Osíris, por Jason Engle (Artstation)
Osíris, por Jason Engle (Artstation)

Assim que um touro dessa forma assinalado era obtido pelos que o procuravam, colocavam-no em edifício especial, de frente para o oriente, e alimentavam-no com leite durante quatro meses. Quando esse prazo expirava, os sacerdotes dirigiam-se, no dia da lua nova, para a habitação dele, com grande pompa, e saudavam-no como Ápis. Era, então, colocado num navio magnificamente ornamentado e levado pelo Nilo abaixo, para Mênfis, onde um templo, com duas capelas e um pátio para exercício, a ele era dedicado. Faziam sacrifícios em sua honra, e, uma vez por ano, mais ou menos na época em que o Nilo começava a subir, uma taça de ouro era atirada ao rio, e grande festival organizado, para comemorar o aniversário do animal sagrado. O povo acreditava que durante aquele festival, os crocodilos esqueciam sua natural ferocidade e tomavam-se inofensivos.

Havia um único inconveniente na vida feliz do boi Ápis: não lhe era permitido viver além de um certo período, e, se ao atingir a idade de vinte e cinco anos ele ainda estava vivo, os sacerdotes afogavam-no numa cisterna sagrada, e depois enterravam-no no templo de Serápis.

Por ocasião da morte daquele boi, se ela ocorresse de forma pouco natural ou violenta, o país inteiro ficava cheio do tristeza e lamentações, que duravam até que seu sucessor fosse encontrado.

olho egipcio



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