Dois companheiros que caminhavam juntos pela floresta acabaram por se perder. Depois de andarem muito, chegaram à terra dos Macacos. Foram logo levados ao rei, que, mal os viu, lhes perguntou:
— Na vossa terra e nessas que atravessastes, o que se diz de mim e do meu Reino?
Respondeu um dos viajantes:
— Dizem que sois um grande Rei de gente sábia e culta.
O outro, que gostava de dizer a verdade, respondeu:
— Toda a vossa gente são macacos irracionais, logo o rei também é um macaco.
Ouvindo isto, o Rei ordenou que matassem este, e que ao primeiro oferecessem presentes e o tratassem muito bem.
Moral da História:
Verifica-se nesta fábula aquilo que disse o dramaturgo romano Terêncio: a verdade causa ódio e o elogio ganha amigos. Para um rei narcisista e ignorante, não existem sábios nem virtuosos, apenas inimigos, de um lado, e bajuladores, de outro. Daqui resulta que frequentemente os bons são rebaixados e obedecem aos maus. O Rei Macaco tem ódio de quem diz a verdade, mas aquele que mente, como aqui fez o primeiro companheiro, é favorecido.